Fundação Eça de Queiroz sedia em junho evento que enfoca a importância da gastronomia nas obras do escritor Queirosiano
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Fundação Eça de Queiroz Foto divulgação |
Por Márcia Villaça da Rosa
O estilo de escrever adepto ao
realismo, escola literária que se preocupou em destacar a racionalidade, o
cientificismo e a objetividade como suas características, e que se opõe ao
Romantismo, alia o autor de tantas obras a outros exponentes da literatura
portuguesa, tais como Antero de Quental (1842 - 1891) e Guerra Junqueiro (1850
- 1923), companheiros literários de Eça, os quais partilhavam os mesmos ideais
culturais e artísticos.
A Fundação Eça de Queiroz, fundada em
9 de setembro de 1990 por parentes do escritor, sediada em Quinta de Vila
Nova, concelho de Baião, também conhecida como Casa de Tormes (local de morada
de Eça de Queiroz), atualmente tem como diretor Afonso Reis Cabral, trineto do
escritor, e Anabela Cardoso, diretora executiva do local, tem sido palco de
eventos culturais os quais memoram a importância e o legado deixados pelo
escritor.
O local, aberto aos visitantes das
mais distintas origens, constitui-se de uma casa-museu com objetos pessoais do
autor (monóculo, luneta, relógio, entre outros), retrato a óleo do avô paterno,
fotos de parentes e amigos, a biblioteca do escritor com os 385 livros que lhe
restaram depois de um roubo que sofreu em Lisboa em 1915, a cama em que
faleceu, mobiliários pessoais - sala de estar e de jantar, mesas, secretaria em
que escrevia em pé, móvel-arquivo de documentos e notas, baú-cofre,
estatueta-caricatura em bronze do escritor assinada por Francisco da Silva Gouveia,
entre outras curiosidades ofertadas aos curiosos visitantes do local.
Próximo a Casa de Tormes, encontra-se
a Igreja de Santa Cruz, em cujo cemitério estão os ossos de Eça de Queiroz. Um
destino turístico de relevante interesse para os amantes da obra querosiana e
publico em geral.
Durante este ano corrente de 2022, entre
os dias 18 e 22 de julho, a Fundação Eça de Queiroz sedia o evento "A
comida e o vinho na obra de Eça e no Panorama Oitocentista Europeu", o
qual pretende "... destacar a relevância do elemento gastronômico na
realidade da sociedade portuguesa da segunda metade do século XIX...",
segundo Sandra Melo, atual técnica cultural da Fundação Eça de Queiroz. Também
vale frisar que as preferências alimentares caracterizam personagens da obra
queirosiana, um DISTINTIVO entre as classes mais e menos abastadas. Deste modo,
os hábitos alimentares passam a ser um constitutivo de seu universo criativo, o
qual introduz produtos típicos da gastronomia portuguesa. Iguarias como o
bacalhau, o arroz de forno, as queijadas de Sintra, entre outros quitutes,
fazem parte do cenário literário e artístico o qual o escritor português
convida seu público-leitor a adentrar, bem como o vinho, principalmente o vinho
verde, outro elemento presente em suas obras.
Para os leitores mais curiosos, visitar o site da Fundação Eça de Queiroz pode ser um convite ao aprofundamento nas obras do realista português ou, para os mais ousados, planejar uma viagem a terras lusas, e visitar o local!
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O escritor Eça de Queiroz |
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